Lucas
Botti nasceu surdo e até desenvolveu um pouco da fala, mas a maior parte da
comunicação é feita por sinais. Para ocupar uma das nove cadeiras da Câmara de
Ibiporã, no norte do Paraná, ele usou apenas a linguagem dos sinais.
De
acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lucas Botti (PMDB), fez 742
votos, o que corresponde a 2,55 % dos votos válidos. Isso significa a sexta
maior votação da cidade.
Questionado
o que motivou para se candidatar, o professor disse: “Eu me candidatei vereador
porque eu quero representar dentro da Câmara a comunidade especial. Primeiro o
surdo, também o cego, o deficiente intelectual e o deficiente físico também, e
a comunidade, todas as pessoas idosas e defender o direito de todas essas
pessoas”, disse o novo vereador por sinais, que foram traduzidos por uma
intérprete.
Casado
há sete anos, a esposa acompanhou a superação do marido. “Muito feliz, muito
orgulhosa. Não só por ser o meu marido, mas por ter um surdo vereador. Isso é
algo grandioso para todas as pessoas que tem necessidades. É um representante
para eles”, assegurou Ana Paula Botti.
Os
próximos quatro anos no Legislativo será um desafio para o novo vereador e
também para a Câmara de Vereadores. “A Câmara, realmente, vai ter que se
preparar, né. Vai ter que fazer algumas adaptações para atender as necessidades
especiais do Lucas. O ponto principal vai ter que ser uma assessoria. Ele tem
direito a um assessor. Vai ser um assessor intérprete para que possa auxiliar realmente
ele nessas questões”, relatou a vereadora Mari De Sá.
“O
surdo, ele sente, percebe igual a todos. Ele tem vontade de lutar, mostrar que
eles são capazes, que eles podem defender o seu direito, lutar pelo seu
direito”, finalizou Botti.
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