A
professora cearense, Débora de Vasconcelos Souza, de 32 anos que nasceu surda
por causa de complicações no parto, ocupa a cadeira mais importante do
Instituto Cearense de Educação de Surdos, em Fortaleza: é diretora da escola de
que foi aluna desde os cinco anos de idade.
Ela
é de Maranguape e aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) na escola.
"Foi uma escola muito importante da minha vida porque aqui comecei a me
desenvolver", lembra.
Na
faculdade de pedagogia e depois no curso de licenciatura em Letras-Libras, a
diretora se preparou e decidiu ensinar a outros alunos surdos o que aprendeu.
Débora de Vasconcelos deu aulas para estudantes do ensino infantil, fundamental
e médio, até chegar à coordenação da escola. Durante toda a trajetória, foi
conquistando alunos e professores e, no mês de agosto passado, indicada para
ser a primeira diretora surda de escola pública do Brasil.
Os
mais de 400 alunos do Instituto nunca se sentiram tão bem contemplados. Como se
fosse dando uma lição, desta vez de superação e exemplo, os colegas de trabalho
sempre gostam de relembrar como a professora Débora se transformou em um modelo
de educadora. A coordenadora Deyaneconfirma: "Todos os alunos utilizam a
Débora como modelo. Não só aqui dos Instituto dos Surdos, mas de todo
Brasil".
Entre
os pais e mães dos alunos, a diretora Débora também inspira confiança e exemplo
de vida. Mesmo com tanto reconhecimento, ela não gosta de lembrar dos
obstáculos e preconceitos que enfrentou e prefere pensar em tudo o que tem a
ensinar a tantos alunos. "Quero repassar tudo que eu tenho de bom para os
jovens. Quero servir de modelo para todos. Para eles verem como o surdo pode,
como o surdo consegue".
Fonte:
G1 Ceará
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